Momo, o poeta
Hoje, vou contar-te como me tornei poeta…
Foi numa noite fria de inverno, dentro do meu ninho aconchegado, que eu vi, pela primeira vez, um raio de luar.
Fiquei logo encantado com ele: brilhava sem ferir os meus olhos, que ainda não estavam habituados a nenhum tipo de luz.
Nesse tempo, eu ainda não tinha permissão para abandonar o meu ninho, por ainda ser muito pequenino, mas já sonhava com o mundo que me esperava lá fora: o Bosque dos Momongas.
E esse raio de luar foi, por assim dizer, o meu primeiro amigo.
Não era esquilo-voador-anão, mas também era pequenino e curioso como eu.
E, desde essa noite, começou a visitar-me regularmente.
Vinha da Lua até ao meu ninho, à velocidade da luz, falava-me de tudo o que ele conhecia, e eu ainda não, e ia despertando em mim a imaginação.
Penso que foi esse meu primeiro amigo que fez nascer dentro de mim a Poesia.
Nem de outra forma poderia ser, porque ninguém me tinha ensinado a rimar, e as rimas começaram então a surgir na minha cabeça, de um momento para outro.
Lembro-me de as ter achado muito divertidas, e de logo me ter decidido a não as deixar fugir.
Aprisionei-as na minha mente, para sempre…
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